quinta-feira, 26 de junho de 2014




A adversidade é uma parte natural da condição humana. É o cúmulo da arrogância prescrever um código moral ou regime de saúde ou prática espiritual como um amuleto para evitar que as coisas desabem. As coisas se desfazem. É da sua natureza fazê-lo. Quando tentamos nos proteger da inevitabilidade da mudança, não estamos escutando a alma. Estamos escutando o nosso medo da vida e da morte, a nossa falta de fé, a vontade do nosso ego menor prevalecer. Escutar a sua alma é parar de lutar com a vida - parar de lutar quando as coisas se desfazem; quando elas não acontecem como gostaríamos, quando ficamos doentes, quando somos traídos ou maltratados ou mal interpretado. Escutar a alma é desacelerar, é sentir profundamente, é nos enxergar com clareza, é render-se ao desconforto e à incerteza e esperar.

_____ Elizabeth Lesser

Fotografia: Farbenflut




terça-feira, 24 de junho de 2014



O toque e a massagem, com a qualidade de profundo respeito, permite ao sujeito reconectar a confiança em suas sensações, sentimentos e na comunicação com o outro. A direção do trabalho é viabilizar através deste contato à emergência, liberação e expressão de manifestações corporais e emocionais. A expressão desta linguagem também abre o acesso às representações, imagens, lembranças, permitindo sua análise e integração à consciência.
Silvana Sacharny, criadora do Centro Brasileiro de Análise Psico-Orgânica.




domingo, 22 de junho de 2014




Há poucas coisas mais confusas do que partir para a guerra com um pai ou mãe que está abusando de você, especialmente quando você é muito jovem. Se você lutar por sua dignidade, corre o risco de perder o amor deles, do qual você precisa para se desenvolver. Se você não lutar, você perde o seu respeito próprio e seu desenvolvimento pode ser adiado. Ou você mantém seus pais e se perde, ou você tem a si mesmo e se afasta deles. Como é doloroso - ter que lutar pelo seu direito de estar aqui contra alguém que, na verdade, foi quem te trouxe para a vida. Que nenhuma criança precise mais viver com essa confusão.

____Jeff Brown

Fotografia: Antonio Ysursa




sábado, 21 de junho de 2014




Uma pausa não é algo neutro. Trata-se de um trecho ou uma passagem de fluxo onde não temos por que controlar o leme - o rumo já é definido. Na pausa não há arbítrio ou livre-arbítrio. Entregar-se é a única forma de navegar pelas pausas, e quando não compreendemos essa lei de seu fluxo, ficamos bastante angustiados. Reagir a uma pausa é, portanto, remar contra a maré, é nadar contra a corrente de nossa própria vida.

_____Nilton Bonder

Fotografia Kindra Nikole








Precisamos contar nossas humildes histórias até que o idioma do mundo interior torne-se parte da nossa linguagem diária. Você não precisa ser uma pessoa famosa ou um sobrevivente de um acidente de avião para ter uma história digna de ser contada. Basta olhar para a vida que você viveu - não existem aspectos heroicos inerentes à sua história de vida? E não há mais heroísmo esperando por você, se você faz o trabalho para honrar o seu verdadeiro caminho? Sinto-me sentimental esta noite...

_____Jeff Brown

Fotografia: Kindra Nikole











quinta-feira, 19 de junho de 2014




        Nosso corpo traz a história do Universo. Todas as células foram tecidas por moléculas feitas de átomos engendrados no Big Bang e cozinhados no calor das estrelas. Somos feitos de matéria estelar. Na intimidade atômica, cada partícula é também uma onda, como se a natureza risse de nossa lógica cartesiana incapaz de apreender que toda matéria, inclusive o nosso corpo, é energia condensada.
        Espírito não é algo que se opõe à carne, mas sua expressão mais profunda e luminosa. É fantástico que a própria natureza, em trajes bordados pela química e em baile ritmado pela física, tenha aflorado em seres dotados de inteligência capaz de decifrar os seus enigmas e apreender o seu sentido.

____Frei Betto

Fotografia: Kindra Nikole



segunda-feira, 2 de junho de 2014



Neste instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela. 
Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.
“Se as paredes ouvissem...” Na casa que é o seu corpo, elas ouvem. As paredes que tudo ouviram e nada esqueceram são seus músculos.
O corpo nunca esquece o que aconteceu.
Na rigidez, retração e dores dos músculos, membros, ossos, diafragma,orgãos e etc, está escrita toda sua história, do nascimento até hoje.
Desde os primeiros meses de vida, você teve que reagir a pressões familiares, socias, morais: ande assim, não se mexa, tira a mão daí, fique quieto, faça alguma coisa, vá depressa, onde você vai com tanta pressa?, isso não se faz, e atrapalhado, você dobrou-se como pode.
E para conformar-se, você se deformou. Seu corpo de verdade, harmonioso, dinâmico e feliz por natureza foi sendo substituído por um corpo estranho, tenso e muitas vezes dolorido.
Liberte-se da programação de seu passado, nunca é tarde demais!

______Thérèse de Bertherat